quarta-feira, 26 de agosto de 2009

Projeto Rondon 2009

Quem me acompanha (não sei se tem quem faça isso, mas enfim rsrs) sabe que ano passado participei do Projeto Rondon e indo à Catuji, no norte de Minas trouxe vários aprendizados. Esse ano não pude ir, mas uma companheira da minha turma na faculdade foi, e coincidentemente, para Catuji. A experiência dela também rendeu um bom texto que ela produziu. E estou postando o depoimento dela aqui no Vivendo também porque passamos quase as mesmas coisas e aprendi muito com a experiência que ela conta no texto. Convido você a ler também... e comentar!

PROJETO RONDON. EM NOME DA ESPERANÇA
por Sulaine Reis

Sempre escutei que os olhos são o espelho da alma. Porém, nunca tinha prestado muita atenção no olhar dos outros. Quantas vezes olhamos e não enxergamos nada? Só percebemos aquilo que não nos fere e não atrapalha o nosso caminho calmo e sereno. Ignorar é uma das maiores “virtudes” dos seres humanos. Por isso, se não enxergamos o outro, como podemos perceber seu olhar, suas necessidades?
Foi preciso enfrentar mais de dezesseis horas de viagem até Catuji, no norte de Minas Gerais, para compreender essa sutileza da vida. Quantos olhares nós do Rondon despertamos? Olhares de admiração, desconfiança, carinho, medo. Olhares de pessoas acostumadas a não serem enxergadas e, por isso mesmo, algumas se escondiam e outras nos seguiam encantadas com tamanho movimento e disposição. Afinal, foram muitas pinguelas e cercas para atravessar.

No assentamento da Fumaça, zona rural da cidade, o pequeno Mateus venceu o receio inicial e nos conduziu pelas trilhas do local até a casa de seus primos. Cinco crianças, a mais velha com onze anos, cuidando uns dos outros enquanto os pais trabalhavam na cidade. Assim como Mateus, as crianças em idade escolar frequentam a escola da comunidade. Na verdade, a “escola” é uma sala cedida por um casal do local. Dezessete crianças, de diferentes idades, dividem-se entre seis carteiras, um sofá velho e o chão e tentam aprender.

Apesar de terrível, a situação nem de longe foi a pior vista na cidade. Às margens da BR116, crianças e adolescentes não esperavam nem o manto da noite para irem para o acostamento. Os caminhões, quase em fila, diminuíam a velocidade, paravam e “recolhiam” uma menina. Detalhe, o relógio ainda não marcava seis horas da noite.
Já a escuridão, dispensável para o exercício da “profissão mais antiga do mundo”, era companheira constante de uma família em Formoso, outro distrito de Catuji. Um casebre de dois cômodos é a moradia de sete pessoas: cinco crianças e dois adultos. Para iluminar o ambiente um fogão à lenha, que parecia expelir toda a fumaça do mundo, e uma lâmpada no centro da casa. Marretas abriram pequenos orifícios para a entrada de ar e mãos varreram, lavaram e limparam o local, tentando recuperar um pouco da dignidade humana perdida.

Quando achávamos que já tínhamos visto tudo, nos aparece Felipe. Nove anos de idade e muita responsabilidade. Seja no pasto, às cinco da manhã, ou nas ruas de Catuji vendendo picolé, o menino derrubou todas as nossas defesas. Ele chegou até nós no sábado. Vinha com a avó, pois soube que estávamos “distribuindo comida”. Na verdade, o que tínhamos era cachorro-quente e refrigerante, o lanche dado para as crianças na tarde de lazer organizada pela equipe do Rondon.
Ao visitar a casa dele, depois de andar mais de 3 km pela BR116, o quadro se tornou mais assustador. Duas crianças doentes com bronquite, outro fogão à lenha e sua fumaça e uma mãe que, por não ter relógio, não sabia quando deveria medicar a criança que ela tinha levado ao médico. A solução encontrada? Usar a programação da TV para definir os horários dos remédios.
Na cozinha, enquanto conversávamos, Felipe cuidava da comida dos irmãos. Na panela o menino cozinhava macarrão. Os adultos responsáveis? Uma senhora de sessenta anos, lavadeira de profissão, e uma moça de vinte e cinco anos, mãe de cinco filhos. O que fazer? O que falar? Da mãe conseguimos a promessa de levar o outro filho doente ao médico, arrumar a chaminé do fogão e ser a mãe dessa família. Já Felipe nos prometeu voltar a estudar, apesar das mais de cinquenta faltas.

Todos são iguais, é o que diz a lei. Todos têm direito à saúde, educação, habitações dignas. Relembrando as casas de taipa, as “escolas”, a BR116, rota de prostituição, independente da hora e da idade, e enxergando em cada rosto a felicidade de serem lembrados e respeitados, nem que seja por quinze dias, é difícil acreditar no que diz o papel. Os ideais de igualdade parecem, ainda, utopia, um sonho de pessoas alienadas que não conhecem a realidade do país. Porém, eu ainda acredito que é possível mudar. Num de nossos encontros com a comunidade de Catuji, pediram para falar sobre o projeto e de nossas “férias” na cidade. Eu resumi assim: “ estávamos ali em nome da esperança em um futuro melhor e o nosso objetivo era tentar diminuir a fome de informação que domina nossa sociedade, pois só assim as mazelas sociais poderiam ser diminuídas.”

Educação de qualidade, esse é o caminho para a mudança. Andando e conversando com as pessoas percebemos que poucas conheciam seus direitos. Uma senhora até me questionou se “velhos tinham direitos?”. É claro que têm, mas se as pessoas não sabem quais são e a importância de lutar por eles, a troca de votos por telhas, que nunca chegaram, continuarão acontecendo, o problema social se agravando e vários Felipes crescerão ignorando o que é ser cidadão.


(texto também disponível no blog "Elas e a gente")

segunda-feira, 10 de agosto de 2009

Eu quero ser amigo... amigo de Deus!

Amigo. Palavra bonita, mas ao mesmo perdida em nossos tempos. É difícil termos amigos verdadeiros que nos amam sem pedir coisas em troca, que gostem da gente, mesmo a gente sendo que nós somos.



A expressão “amigo de Deus” usada em referência a Abraão traz um grande ensinamento. Será que temos sido amigos de Deus? Gosto de pensar em coisas que me façam refletir na grandeza de Deus, e nesses últimos dias tenho observado isso. Amigo. Deus quer ser nosso amigo. Jesus quer ser nosso amigo. O Espírito Santo quer ser nosso amigo. Um Deus Triúno quer ser nosso amigo, mesmo sendo tão grande! Como posso provar isso? Ele nos ama (Jo 3.16) e isso já basta. Até porque em falar de “basta”, é a GRAÇA DE DEUS que nos basta. Graça é um favor imerecido. Somente um amigo de verdade poderia fazer isso. E mais ainda porque esse NOSSO amigo sabe quem somos. Falhos, pecadores, ingratos... E ele mesmo assim nos amou e nos ama. E creio que sempre nos amará. Independente do que façamos ou deixemos de fazer, ele sempre vai nos amar.


Que bom é (ou tentar) reconhecer que grande amor Deus tem por nós. Amor de Pai, amor de amigo. Amigo que só pede um coração que saiba disso. Amigo de Deus. Que privilégio o nosso! O mais legal é que podemos conversar com esse nosso grande amigo qualquer hora, falar o que está em nosso coração. Alegres ou tristes podemos chegar perto, porque esse Deus Triúno entregou Jesus para que pudéssemos nos achegar... Aleluia!!!!


Que essa seja uma vontade e um anseio inesgotável em nosso coração: SERMOS AMIGOS DE DEUS! Filhos que são tão chegados que viram amigos, que mantém uma intimidade profunda com o Pai. Que sejamos assim, AMIGOS DE DEUS. O primeiro passo já foi dado. Deus já nos disse: “VINDE”.

Futebol e Deus combina sim!!!!!

Recebi essa notícia por e-mail e achei muito interessante. Creio que Deus tem usado coisas que o homem acha que Deus não usa ou que "não é de Deus" para alcançar pessoas marginalizadas. Nessa notícia lemos sobre crianças na Ásia! Muito legal!!!


O campo missionário de Missões Mundiais na Malásia, no Sudeste Asiático, possui uma escola para crianças especiais, onde a missionária Aline Romão, esposa do Pr. Roberto Romão, leciona duas vezes por semana. Uma outra escola, que pertence à igreja parceira do projeto no país, passou a contar recentemente com o auxílio da missionária. A obra de Deus na Malásia conta ainda com um grupo de estudos bíblicos entre os brasileiros que entregaram suas vidas para Jesus, além do Brazil Football Centre (Centro de Futebol Brasileiro), desenvolvido pelo PEM (Programa Esportivo Missionário).

Vários torneios de futebol acontecem neste semestre na Malásia. Por isso, o Pr. Romão intensificou os trabalhos, na esperança de deixar os times do Brazil Football Centre em condições de fazer bonito nas competições. O trabalho é feito com 16 alunos especiais que, apesar das dificuldades variadas, progridem dia após dia. Os treinos são feitos numa quadra de futebol de salão, cujo dono deixou de cobrar o aluguel do espaço após assistir a um dos treinos. Ele ainda parabenizou a excelência do trabalho desenvolvido junto a este grupo de crianças marginalizadas pela sociedade malaia.

Outro grupo especial que tem a oportunidade de ouvir sobre o Evangelho enquanto aprende o futebol-arte é o de meninos refugiados de Mianmar, país também localizado no Sudeste Asiático e de maioria budista (73,3%). São 20 meninos que se reúnem todas as terças-feiras com o Pr. Roberto Romão. Antes de cada treino, sem restrições, o pastor faz uma pequena reflexão sobre a Palavra de Deus usando a linguagem do esporte.

Muitas crianças e adolescentes do Sudeste Asiático têm sido alcançados pelo Evangelho através dos esportes.
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