segunda-feira, 13 de julho de 2009

Quem eles serão?

Esse texto foi publicado na edição junho/julho da revista Impacto World. É algo que tem me incomodado. Leia porque vale a pena!

“Como, porém, invocarão aquele em quem não creram? E como crerão naquele de quem nada ouviram? E como ouvirão se não há quem pregue? E como pregarão, se não forem enviados?” Rm 10.14-15

Decepção. Essa é uma das coisas que tenho sentido constantemente quando o assunto é “igreja”. Não falo da Igreja, da Noiva de Jesus, não, mas falo da instituição humana. É de lá que ouço e vejo muitas vezes coisas que me deixa profundamente triste.

Discipulado. Essa é outra coisa que tenho recebido de Deus e tentado passar para frente. Não falo de evangelismo, mas de discipulado. Aprendi que isso é caminhar junto com os novos na fé, com quem ainda “não consegue andar sozinho”. Mas como isso causa decepção dentro da igreja. Não há discipulado. Não há entrega pelos novos na fé. Existe um “sente aí e ouça”, mas não existe um “vamos juntos”.

Me lembro de um jovem com quem tive a oportunidade de conviver. Naquela época, com 12 ou 13 anos, mais ou menos, na igreja. Mas ninguém chegou para ele e disse “vamos caminhar juntos”. Não vou julgar, mas fiquei grandemente frustrado com a igreja quando andando pelas ruas da minha região vi aquele jovem, aquele adolescente, FUMANDO. Não devia estar com mais de 16 anos, e fumando. E onde está a igreja? Cantando “hinos de prosperidade”. O mundo não precisa ouvir cânticos de prosperidade, precisa ver e sentir o amor que Deus tem por eles.

Faço a mesma pergunta que Paulo fez. Como esses adolescentes, ou até mesmo crianças verão, crerão? Não há ninguém que doe seu tempo. Os jovens, grandes discipuladores, preferem gastar seu tempo com o namoro. Nada contra o namoro, mas esse relacionamento não deve ser mais importante que vidas à beira do abismo. E aí, onde paramos?
Andando pelas ruas, veremos adolescentes e jovens fumando, se drogando. Quais? Aqueles que a igreja ignorou. Aqueles que a igreja trocou por música bonita. Aqueles que a igreja trocou por namoros. Aqueles que a igreja deixou. Ah, quem irá até esses?

Ah, e quantos órfãos espirituais estão dentro das igrejas! Mas onde estão aqueles que vão adotar esses? Onde está a nossa geração de pais espirituais? Quem vai viver com esses novos na fé? As crianças estão crescendo vendo uma coisa e ouvindo outra. O que elas serão? O que elas farão? Nossos pré-adolescentes não vão às igrejas querendo saber quem é Jesus. Vão por causa dos pais que obrigam, vão por que tem meninas ou meninos “gatinhos” e “gatinhas” por lá. Quem serão? O que farão?

Para assistir a isso é só abrirmos os olhos. Qual a geração que vai ser formada? Falta discipulado, falta aos que se julgam sãos na fé caminharem juntos com os novatos, com aqueles julgados como neófitos. É preciso conhecermos o lugar onde estamos. Abrindo os olhos, veremos crianças que são abusadas sexualmente, meninos de 10, 11 anos que “ficam”, meninas de 10 anos que já sabem tudo sobre sexo, adolescentes que fumam, bebem ou têm vida sexual ativa, jovens com vidas duplas... Vamos julgar? NÃO. Precisamos discipular. Caminhar junto. Eles estão nas igrejas, sabia? Ao nosso lado! Vamos ignorar e deixar com que caiam nas mãos de Satanás ou andar junto com eles? Mostrar como faz, não falar o que é certo somente, mas adotá-los espiritualmente.

Aquele menino que contei no início não precisava ouvir, precisava ver. E assim como ele, muitos outros dentro e aos arredores da igreja também precisam. Temo que a decepção que sinto, seja o mesmo sentimento que Deus tem. Vamos. Vamos alegrar o coração de Deus. Viver e viver o amor que Ele tem, que Jesus MOSTROU a TODOS!

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