sexta-feira, 6 de maio de 2011

Homossexualismo, Silas Malafaia, Ana Paula Valadão, os cristãos e eu!


Faz tempo que não paro para escrever exclusivamente para o blog – colocarei a culpa no Twitter. A vida de 140 caracteres é bem mais simples, rs. Mas vamos lá. O que me faz parar e usar bem mais que os 100 caracteres é a questão que repercute a semana toda na boca do intitulado pastor Silas Malafaia, inimigo número 2 dos homossexuais. Homofobia!

O problema não é de hoje. Desde 2006, quando o projeto de Lei que criminaliza a homofobia ganhou ares nacionais, o líder da Associação Vitória em Cristo se colocou como um defensor dos direitos da família e contra as vantagens oferecidas pela PL aos gays. A chama aumentou ano passado durante as eleições, principalmente aliada à questões como o aborto. Silas Malafaia estava sempre lá, à frente dos manifestos contra os gays. E a cada fim de semana, em seus programas na TV, fazia mais declarações a fim de “alertar” os cristãos sobre projetos que favorecem homossexuais.

O discurso, na maioria dos casos, é de que o crente deve agir e não ficar apenas orando. Durante 2010, em muitos momentos esse foi o tom usado pelo pastor. É claro que tudo isso levou vários cristãos a vestirem a camisa e, mais do que isso, aliarem-se a ele.

E é exatamente essa série de fatos que me faz parar e escrever esse artigo. E não é para dizer que apoio o Silas Malafaia, muito menos os gays, mas sim colocar algumas observações em relação à aceitação ou não dos direitos homoafetivos que, acredito, deveriam ser levadas em consideração.

Primeiramente, não podemos nos esquecer onde estamos no tempo-espaço. Pós-modernidade, norteada por novos valores, novos conceitos e novas impressões. Dentro de tudo isso, encontramos uma nova definição de família, que, queiramos ou não, faz parte da sociedade em que vivemos. Perceba que não disse “aceitar”, mas “querer”. Não é uma escolha que parte de nós, cristãos, e sim que veio com a modernidade. Cabe sim, à nós, aprendermos a lidar com tudo isso.

Aprender a lidar não significa concordar ou aceitar, simplesmente saber como tratar. E nisso, infelizmente, não temos sido bons. As atitudes de Jesus deveriam nortear todo nosso viver, mas parece que os próprios conceitos – vindos da sociedade moderna – fazem com que esqueçamos o que realmente importa. Começamos a tratar o pecado da homossexualidade (Rm 1.26-27) como se fosse o maior dos pecados. E gostamos muito de fazer isso com outros pecados relacionados ao sexo. Pecado é pecado e ponto.

Não se trata aqui de defender os direitos  dos homossexuais, – é fato, eles podem escolher o que fazer da vida própria vida, certo? – mas de analisarmos nossa conduta e nos perguntarmos aquela velha questão – tema, inclusive, de livro – o que Jesus faria se estivesse por aqui? Tenho certeza, pela Bíblia, que ele não faria boa parte do que se vê e ouve por aí. Jesus pregava mais que o amor, ele vivia um amor que incomodava até mesmo os mais fanáticos religiosos da época – os fariseus que o digam.

Será mesmo que Jesus compraria guerra com os gays? Será mesmo que Jesus apareceria na lista dos 10 maiores inimigos dos homossexuais no Brasil? Acredito que não. O exemplo da situação com a mulher adúltera é um dos fatos que me faz afirmar isso. Mas Jesus não passou a mão na cabeça da sujeita. Ele disse que a atacasse quem não tivesse pecado. O mesmo vale para nós hoje. Se muitos por aí se gabam em abrir a boca em dizer que “amam o pecador, mas não o pecado”, que vivam isso.

Nenhum cristão brasileiro pode atacar homossexual nenhum pelo simples fato do pecado em si. Todos estamos perdidos. O que nos faz salvos não é o número de pecado e nem qual tipo. É Jesus ter morrido na cruz e ressuscitado que nos dá a vitória! Não vejo tanto alarde para pânico. Muitos comentários são mais uma forma enrustida de ser preconceituoso e jogar a culpa em Deus. E atenção ao que Jesus disse com aquela mulher: “Vá e não peques mais”, ou seja, uma nova chance.

Mas, crianças adotadas por gays? Vai contra a família? Vai contra a Bíblia? Sim, vai. Quanta hipocrisia! Não é de hoje que a instituição família está desequilibrada. Mentiras, fofocas, adultério e tantas outras coisas vão contra a família e contra a Bíblia. Ninguém faz manifestação contra isso, pelo contrário, vemos cristãos com caráter mais sujo que banheiro de estádio municipal. Atrevo-me a dizer que devem existir famílias de homossexuais com crianças mais equilibradas que de muitos crentes.

Segundo informações contidas nesse vídeo gays e lésbicas são 3 a 7 vezes mais propensos a cometerem suicídio, a cada 5 horas um adolescentes LGBT também se mata e, para cada um que suicida, outros 20 tentam morrer. Diante desses fatos, continuar declarando guerra não vai solucionar nada. São vidas indo para o inferno sem conhecer o amor libertador de Deus através de Jesus. O mundo não precisa ouvir de Jesus, e sim ver Jesus. Só o verão através de nós, mas muitas vezes preferimos dar lugar a um discurso moralista.

Não quero, com tudo isso, dizer que sou favorável a tudo que os homossexuais pedem. Pelo contrário, sou adepto da teoria que todos são iguais e ninguém deve ter mais ou menos direitos que o outro. Tanto que, em outra ocasião, colocarei aqui minhas ideias sobre a heterofobia. Há quem diga que tudo isso levará a mais e mais casos de pedofilia. Existe essa possibilidade sim, mas não justifica que abandonemos o que Jesus nos mostrou como fazer.

Finalizo esse texto (que não foi capaz de traduzir todo meu pensamento) com as palavras da Ana Paula Valadão, em resposta indireta ao Silas Malafaia, que a acusou de se omitir em relação ao fato por não retuitar suas mensagens no twitter.

“É verdade, cada um dará contas de si mesmo á Deus, e de cada palavra que proferimos. Lamento por algumas partes do Corpo de Cristo que se acham no direito de acusar outros por não agirem como eles sentem que Deus os chamou para agir. Eu só posso dizer o que eu sinto que Deus quer que eu diga.
Avivamento, a volta de uma pessoa ou de uma nação para Deus e Seus princípios, a meu ver não é algo que aconteça de cima para baixo. Pode haver leis proibindo isso ou aquilo e as pessoas continuarem na prática de pecado. Creio que o avivamento vem de baixo para cima e a mudança ou estabelecimento de leis segundo os padrões de Deus serão consequências do que se passa numa sociedade em avivamento, que quer Deus mais do que querer mudança ou impedimento de legislação, de cima para baixo, clamo por mudança do coração das gentes, da nação, de baixo para cima.
Por exemplo: se as pessoas temerem a Deus não abortarão seus bebês, ainda que haja uma lei a favor do aborto.
Oro para um avivamento espiritual no Brasil. Se isso resultar em leis segundo Deus, amém. Se não, tudo bem, porque as pessoas temerão Deus de qualquer maneira.”

Seguem também os links das matérias mais recentes publicadas no site Gospel+ sobre a semana tensa que foi essa para muitos. Veja aí!



2 comentários:

Anônimo disse...

valeu!
abraço!

Maycon disse...

parabéns continue escrevendo assim

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